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Fatos contados por Adalbert Spier (nascido em 17/06/1913)

Thiendorf, 16.3.2003

1. Sobre minha avó Hauke Jakobs Schüür, nascida Ruiter, que viveu de 1844 a 1935.

Hauke Jacobs Schüür foi minha avó e foi casada com Klaas Schüür. Lamentavelmente meu avô faleceu cedo (1896), assim não o conheci. Minha avó trouxe cinco filhos maravilhosos ao mundo, dos quais uma foi minha mãe Antje Claasen Schüür, que no ano de 1911 casou em Emden com o ferroviário Robert Spier. Logo após meu pai foi transferido para Sulingen, uma pequena cidade na Baixa Saxônia. Ele levou junto a sua sogra. Assim ela viveu como nossa Oma até o fim de sua vida conosco. Sim, a nossa Oma! Para nós filhos, minha irmã Ida, 2 anos mais nova, e eu, ela era a mais querida avó do mundo. Ela estava sempre lá para nós. Ela tinha o seu lugar predileto, uma poltrona perto da janela da cozinha, da qual podia ver tudo e nos cuidar. Principalmente, quando ainda éramos pequenos. Oma brincava conosco, nos ajudava com conselhos e atos, sempre que necessitávamos. Ela tinha que remediar, quando brigávamos – o que ocorria de vez em quando. De vez em quando ela também dizia “Deve se bater um no outro”, no entanto não estava falando sério. Tínhamos a melhor Oma do mundo! Ainda hoje penso muitas vezes nela.

Nas noites longas de inverno nos reuníamos algumas vezes ao redor do fogão, Oma, mãe e nós dois filhos. Então era aberta a porta do fogão, olhava-se as brasas e Oma contava histórias antigas, e da sua vida. Então chegou o aniversário de 90 anos da Oma. Festejamos em grande estilo. A casa estava repleta de convidados. Nosso parentes vieram em grande número, para prestar a honra a Oma. Oma estava muito animada e por quase uma hora recitou versos de seu período escolar e contou casos de sua vida, para a admiração de todos convidados. Meio ano mais tarde ela não estava mais entre nós. Nos últimos meses de sua vida as pernas ficaram cada vez piores. Subir as escadas no final não foi mais possível, já que os quartos ficavam no 1° andar. Então meu pai carregava a Oma todas as noites escada acima e de manhã novamente para baixo, sem se queixar. Também ele deve ter respeitado e amado a Oma.

2. Sobre meu tio Heinrich Menno Schüür, nascido 1877.

Conforme as conversas de minha mãe com nossa avó, o tio Heinrich foi um rapaz alegre e aventureiro. Oma muitas vezes se preocupava com isto. Mas de detalhes não me lembro mais. Eu era muito jovem na época. Tio Heini foi casado com Voskea Reuwsaat e teve oito filhos, dos quais um ainda é vivo hoje, a Klara. Meu tio viveu um tempo nos Países Baixos e um dia resolveu emigrar com toda a sua família para o Brasil.

 

Em Janeiro de 1924 chegou o dia. Ainda fizeram uma viagem de despedida a todos os parentes e como última etapa estiveram na casa dos meus pais em Sulingen. Meus pais deixaram o pinheirinho de natal por muito tempo, na errônea opinião, que seria a última vez, que iriam vivenciar o Natal. Quando então a noite entramos na sala e queríamos cantar um hino, o pequeno John da Juliane pediu “não cantar”. Assim fizemos a pequena celebração sem cantar. Na manhã seguinte veio a grande despedida. Isto foi especialmente pesaroso para a Oma. Já que ela sabia, que não veria mais seu filho e os netos. Sobre a travessia tio Heinrich escreveu um interessante relatório. Acredito, que vocês tenham este.

3. Sobre meu tio Niklas Julius Schüür, nascido 1885.

Meu tio Niklas Julius Schüür foi o mais novo e último filho de nossa Oma e casado com Johanna de Boer. Quando crianças estivemos uma vez nas férias de verão em visita a tia Hanni e Tio Niklas. Fomos tão amavelmente tratados pelos dois, que esta visita está até hoje em minhas lembranças. Atrás da casa deles corria uma canal. Este era um local ideal para brincarmos. De vez em quando tio Niklas nos levava com sua canoa através dos canais de Emden, já que era pescador amador. Para nós crianças foi uma grande alegria. Tio Niklas visitava várias vezes ao ano sua mãe e irmã e trazia um embrulho com enguias defumadas. A alegria era grande.

Isto é o que permaneceu de lembranças após tanto tempo. Acredito que não sejam de muita utilidade.

Talvez devo acrescentar, para melhor compreensão, algumas linhas sobre a minha pessoa. Nasci em 1913. Meus pais e todos os meus parentes são da Frísia Oriental. Os últimos 48 anos da minha vida permaneci na Saxônia na área de Dresden e na realidade deveria ter me tornado um Saxão. Mas não é assim. No meu coração e na minha maneira de ser me considero da Frísia, apesar de nunca ter vivido lá e somente ter visitado a região.

Com 17 anos saí da casa dos meus pais e vivi quase que somente em cidades grandes. Em Hannover, Hamburgo, Kiel, então 1 ano de serviço militar e prisão, vivi 10 anos com minha esposa e trabalhei junto ao Mar Negro (em clima sub-tropical). Após o retorno para a Alemanha encontrei um bom emprego em Dresden e aterrissei em uma vila perto de Dresden com aprox. 350 habitantes (onde os coelhos e as raposas se dão boa noite). Aqui Uwe mandou construir para nós uma bonita casa com jardim de inverno, sacada, piscina e um jardim em volta. Aqui nos sentimos muito bem.

Adalbert Spier

MINHAS LEMBRANÇAS PESSOAIS

DA FAMÍLIA SCHÜÜR

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